Dica do dia: A ausência de Eduardo Coutinho em Moscou
O método de Coutinho, desde Cabra Marcado para Morrer, de 1984, sempre foi estabelecer uma relação intensa com pessoas que têm o desejo represado de serem ouvidas e de terem seus depoimentos registrados.
Revelando uma insuspeitada empatia com homens e mulheres cuidadosamente pré-selecionados, ele propiciou algumas grandes atuações em que, através de seus relatos, os entrevistados compuseram personagens inesquecíveis. A interação entre as pessoas filmadas e o diretor é o princípio definidor desses filmes.
Ao abandonar esse procedimento, Coutinho se acomodou no lugar de espectador privilegiado da ação e incorporou o conformismo das personagens de Tchekhov. Coutinho é o grande ausente de Moscou.
Eduardo Escorel, inaugurando a coluna Questões Cinematográficas na revista Piauí. O texto prossegue aqui. Acima, o trailer do novo documentário de Eduardo Coutinho - que, na virada de julho para agosto, concedeu uma entrevista sobre o trabalho para a revista Época.
Dica do dia. Todas as segundas, quartas e sextas sugerindo algo.
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