quarta-feira, 24 de junho de 2009

Os produtos podres, fétidos e prejudiciais à saúde do Supermercado de Escândalos

Entre as centenas de e-mails em minha caixa de entrada, feeds acumulados e outras tarefas, passei os olhos nas notícias sobre o novo escândalo no Congresso Nacional, agora protagonizado pelos senadores, e em alguns comentários.

Impossível não indicar o esclarecedor post do jornalista Luis Nassif, sobre o "supermercado de escândalos". Abaixo, algumas linhas:



Esses episódios, além dos esquemas de terceirizações da casa (a propósito, investiguem como são as terceirizações em todos os grandes órgãos públicos federais e estaduais) são velhos conhecidos dos jornalistas.

Mas ficam pendentes, não são usados enquanto não têm utilidade. Quando interessa ao jogo político da mídia, vai-se na gôndola do Supermercado de Escândalos e saca-se aquele que melhor se adequa ao momento. Neste caso específico, o objetivo evidente não é o de moralizar a casa, caso contrário não teriam deixado passar em branco 14 anos de irregularidades: é desestabilizar politicamente o país.

Significa que Sarney deve ser poupado? Longe disso. Mas ele foi atacado pela Polícia Federal ligada a José Serra na Operação que flagrou os recursos de campanha de Roseana Sarney - porque interessava à candidatura Serra. Depois, poupado do escândalo Cemar, porque na outra ponta os beneficiários eram grandes fundos de investimento.

Foi inicialmente poupado no caso Gautama, porque naquele momento atirar nele não interessava a ninguém. Está sendo atacado de todas as formas agora, inclusive pelo caso Gautama, porque interessa à candidatura Serra

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Também não posso deixar de sugerir a leitura de post do jornalista Leandro Fortes - em nova casa, mais bonita e organizada -, que complementa o argumento de Nassif e vai além, esmiuçando o modus operandi de José Sarney e de seu clã e apresentando os males propagados pelos mesmos.



Ainda assim, ao longo desses tantos anos, repórteres e colunistas brasileiros insistiram na imagem brasiliense do Sarney cordial, erudito e mestre em articulação política. É preciso percorrer o interior do Maranhão, como já fiz em algumas oportunidades, para estabelecer a dimensão exata dessa visão perversa e inaceitável do jornalismo político nacional, alegremente autorizado por uma cobertura movida pelos interesses de uns e pelo puxa-saquismo de outros.

Ao olhar para Sarney, os repórteres do Congresso Nacional deveriam visualizar as casas imundas de taipa e palha do sertão maranhense, as pústulas dos olhos das crianças subnutridas daquele estado, várias gerações marcadas pela verminose crônica e pela subnutrição idem. Aí, saberiam o que perguntar ao senador, ao invés de elogiar-lhe e, desgraçadamente, conceder-lhe salvo conduto para, apesar de ser o desastre que sempre foi, voltar à presidência do Senado Federal.
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Imagem via Stock.xchng.

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