quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Os guetos de Varsóvia e de Gaza





O Gueto de Varsóvia foi o maior enclave judaico estabelecido pelos alemães na Polônia, durante a ocupação nazista. Chegou a atingir a marca de 380 mil habitantes, ou 30% da população de Varsóvia, e ocupava 2,4% de seu território, separado da cidade por muros.

A partir da construção do muro, em novembro de 1940, e pelo ano e meio seguinte, os judeus poloneses das cidades e vilas menores eram levados para lá - depósito dos judeus que iriam para o campo de extermínio de Treblinka e que podiam ter a sorte de escapar das câmaras de gás se morressem antes de tifo ou fome, ou simplesmente fossem atingidos nas ruas, como animais, caça dos soldados nazistas.

Lá dentro, três grupos, no entanto, resistiram com pistolas, bombas caseiras e coquetéis molotov - um deles até com umas armas um pouco melhores, fornecidas pela resistência polonesa que as contrabandeava para dentro dos muros - dizem que até por túneis. Depois de seis meses de resistência, os judeus poloneses do gueto foram transferidos maciçamente para Treblinka ou simplesmente assassinados em Varsóvia.

Ao longo da história, vários guetos confinaram judeus. Existiram guetos judaicos na Alemanha e na Península Ibérica no Século XIII; o Gueto de Veneza é do Século XIV. Dependendo da circunstância histórica, eram mais ricos, ou mais pobres, mas todos eles traziam o sentido metafórico do isolamento, da exclusão, do preconceito.

A primeira vez que ouvi a expressão "Gueto de Gaza" foi na minha casa. É uma expressão forte - e invertida. Nesse caso, a população judaica está fora do gueto, não dentro.

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Maria Inês Nassif, no Valor Econômico, elogiada - e com razão - pelo jornalista Luis Weis. Leia o restante do artigo aqui.



Imagem via o Flickr de Rafah Kid, indicado no Biscoito e a Massa.

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