quarta-feira, 9 de julho de 2008

A comunicação e as artes durante a 2ª Guerra

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Um dos traços mais expressivos das últimas duas décadas do século 20 foi a caminhada acelerada rumo ao mundo globalizado. Para nós, contemporâneos dessa globalização, são corriqueiros os avanços da ciência, da informática, dos meios de comunicações, etc.

Mas como nosso enfoque é o período da 2ª Guerra Mundial, voltemos a ela para descobrirmos o que a tecnologia da época oferecia. O conflito iniciado em setembro de 1939 não era desejado pelas populações dos países envolvidos. Quando a guerra começou, os líderes das potências envolvidas, principalmente as totalitárias, sentiram a necessidade de manipular os civis, usando, para isso, o rádio e o cinema. Esses dois meios de comunicação, surgidos entre as duas grandes guerras mundiais, foram utilizados na Alemanha nazista a partir de 1933.

O cinema se tornou a forma artística mais popular do século 20. Na verdade, grande parte dos filmes não tem objetivo artístico. O motivo maior é o de divertimento e a garantia de grandes lucros para as empresas cinematográficas. Tal indústria se desenvolveu primeiramente nos Estados Unidos, em Hollywood.

Orson Welles, realizador e produtor cinematográfico norte-americano, mostrou bem, pouco antes da guerra, na peça radiofônica “A Guerra dos Mundos”, qual o alcance do rádio sobre a opinião pública. A obra de ficção científica narrava a invasão da Terra pelos marcianos. O pânico instalou-se, havendo uma histeria coletiva entre os ouvintes norte-americanos, apesar dos repetidos avisos de que se tratava de fatos fictícios, baseados em um romance do escritor inglês H. G. Wells.

Em 1939, Orson Welles assinou um contrato para produção de Cidadão Kane, seu primeiro filme, que foi ao ar dois anos mais tarde. A película, que apresenta a ascensão e queda de um magnata proprietário de jornais, se tornou um clássico. Destacaram-se também nesse período Friz Lang, Murnau e Pabst (Alemanha); Eisenstein (URSS); Charles Chaplin (Inglaterra) - que, em “O Grande Ditador” (imagem acima), satiriza Hitler -; e Jean Renoir (França), nomes que fizeram do cinema uma arte inteligente, profunda e atraente.

Assim, imaginem como os meios de comunicação de massa criaram uma guerra psicológica. As emissoras de rádio dos países em luta rivalizavam com três objetivos em mente: conquistar o povo e os aliados; desencorajar o(s) adversário(s); e influenciar a seu favor a opinião dos países neutros. A esse processo opunha-se a sóbria objetividade das emissões de notícias da BBC, em Londres. E, sem qualquer preocupação de propaganda e utilizando uma linguagem desencorajante, o novo primeiro ministro inglês Winston Churchill, em 1940, depois da derrota na campanha da França, anunciou aos ingleses aquilo que os esperava no futuro próximo: sangue, suor e lágrimas.

O avanço da tecnologia aperfeiçoou o sistema de comunicação e, sem dúvida, sem ela não teria sido possível coordenar as várias operações, manter as ligações com as vias de reforço e reabastecimento e muito menos mobilizar para a luta os sentimentos e os pensamentos de povos inteiros.

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A professora e historiógrafa Vera Lucia Timm é a nova colaboradora deste blog. Agora, todas as quartas-feiras, ela rabisca algumas linhas, agregando conteúdo histórico neste espaço.

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