CONTRA-RESPOSTA À DEMONIZAÇÃO DE CHE GUEVARA

“Você pode não gostar da reportagem que escrevi; ela pode ser boa ou ruim, bem-escrita ou não, editorializada ou não – mas não foi feita com os métodos antiéticos que você usa. Eu respeito a relação entre jornalistas e fontes. Você não.”

Diogo Schelp, repórter de Veja, em resposta ao repórter da New Yorker, Jon Lee Anderson. O texto foi publicado nesta quarta-feira (14) no blog de Reinaldo de Azevedo, colega de Schelp na revista Veja.

Biógrafo de Che Guevara, Anderson foi procurado via e-mail por Schelp para realização de uma entrevista sobre o guerrilheiro argentino. A conversa, no entanto, não aconteceu, apesar da resposta do repórter especial da New Yorker. A reportagem de Veja chegou às bancas no dia 03 de outubro.

Anderson a leu, não gostou e decidiu responder publicamente a Schelp. Entre outras afirmações, classificou a matéria como “um texto opinativo camuflado de jornalismo imparcial”. Traduzida do inglês, a resposta foi publicada pelo jornalista Pedro Dória em seu blog.

A resposta de Schelp veio hoje, no início do dia, através de outro blog: o do colega Reinaldo Azevedo. Que pesou a mão contra aqueles que divulgaram as palavras de Anderson, como Dória. O blogueiro de Veja garante que Schelp não recebeu nenhuma resposta por e-mail do repórter da New Yorker, a quem classifica de “vagabundo moral”.

Horas depois, Dória publicou a resposta de Schelp - como tinha prometido fazer caso ela fosse divulgada – e se defendeu das acusações de Azevedo. Que, por sua vez, publicou mais um post sobre o assunto. Neste momento, resta o silêncio.

Se você gostou do embate e quer conhecer os meandros desta história, siga estes passos:

- Comece lendo a matéria de Veja sobre Che Guevara;
- Prossiga com a opinião de Pedro Dória sobre o guerrilheiro argentino;
- Agora confira a resposta de Anderson a Schelp;
- E finalize lendo a resposta de Schelp a Anderson;

Tire suas conclusões.

Em tempo 1: A minha? De que Dória não errou ao publicar a resposta de Anderson, afinal, ela era pública. Assim como Azevedo cumpriu seu papel ao defender o colega Schelp. O problema foi o tom do blogueiro de Veja, que exagerou nas palavras. Passou a impressão de falta de argumentos.

Acabo lembrando das palavras de meu falecido pai, que dizia: “Existe sempre três versões de um fato. A minha, a tua e a verdadeira”.

Em tempo 2: A leitura que Dória faz do mito Guevara e de Ernesto Che Guevara é um primor.

Em tempo 3: Não pode se negar que o assunto se tornou polêmico. Basta ver o número de comentários que brotaram até agora nos blogs de Pedro Dória (134) e Reinaldo Azevedo (101), nos respectivos posts.


Imagem: Flickr.

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