Às favas com a ética jornalística
O seqüestro da estudante Eloá Cristina Pimentel pelo ex-namorado Lindemberg Fernandes Alves iniciou em 13 de outubro, segunda-feira passada. A cada dia que avançou, ganhou nacos dos holofotes da imprensa brasileira.
Jornais, sites, emissoras de rádio e de televisão - a última em especial - se degladiaram para fazer a cobertura mais completa possível. Leia-se por completa buscar divulgar primeiro as novidades sobre o episódio - mesmo que fossem dados sem confirmação -, fazer perfis vazios acerca do seqüestrador e até entrevistar ao vivo Lindemberg.
Espremendo, resta uma palavra: espetacularização. Que, se não foi a única culpada pelo trágico desfecho - e não foi -, com certeza colaborou. Mandando a ética jornalística, mais uma vez, às favas.
Resta responder apenas uma pergunta: como anda o casal Nardoni?
Em tempo 1: A outra parte responsável pela tragédia em Santo André, a polícia paulista, está sendo poupada pela imprensa, observa Luciano Martins no Observatório no Rádio. Com um cuidado especial para evitar que as responsabilidades subam na escala de comando.
Em tempo 2: José Padilha e Rodrigo Pimentel, por sua vez, assinam artigo na Folha de São Paulo de segunda afirmando que, na verdade, a culpa do fracasso da polícia reside nos políticos.
Em tempo 3: Sangue à parte, o seqüestro movimentou a audiência das emissoras de televisão nos últimos dias. Espetacularmente para ambos os lados – perdoem-me pela falta de talento na arte da ironia.
Arte criada a partir de imagens do Stock.xchng (1 e 2).
1 comentário(s):
E que se f*** a ética, a responsabilidade social do jornalismo! Um show da vida...
Como estudante de jornalismo, o que resta? Matar a esperança ou eixar que a esperança me mate?
É uma imprensa sanguinária servindo a um público sangunário... violência latente...
E Deus disse...
Hum... disse alguma coisa?
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