segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Uma (triste) dica do dia: Flávia, vivendo em coma



Há dez anos, Flávia movimenta constantemente seus olhos.

Há dez anos, Flávia necessita do auxílio de uma sonda ligada diretamente ao estômago para se alimentar, visto que não tem condições de deglutir.

Há dez anos, Flávia, passa por um complicado processo de aspiração cerca de dez vezes ao dia.

Há dez anos, Flávia encontra-se em coma vigil, desde que sofreu um acidente na piscina do prédio onde morava.

Ao mergulhar próximo ao sistema de sucção, Flávia teve seus cabelos sugados, provocando o afogamento. Só não faleceu graças ao irmão, que, após fazer muita força, conseguiu desprendê-la.

“Sem nenhum assessoramento, a pessoa que instalou o ralo do condomínio, comprou um equipamento três vezes mais potente do que o necessário para a limpeza daquela piscina, sem supervisão. Isso ficou claro na perícia judicial” afirmou à reportagem d’O Globo o advogado José Rubens de Campos, que representa a família na ação movida contra a Jacuzzi do Brasil, a AGF Brasil Seguros e o Condomínio Jardim da Juriti (mais informações).

Para não deixar cair no esquecimento, a mãe, Odele Souza, criou em janeiro do ano passado o blog Flávia, Vivendo em Coma, onde reúne dados sobre o drama, comentários e mensagens de apoio. Foi através dele que tomei conhecimento da blogagem coletiva Justiça para Flávia, marcada para hoje. Mais de 300 blogs já aderiram à iniciativa.

Gostaria de ter subido este post no início do dia. Um atraso, entretanto, que sequer chega perto do cometido pela Justiça brasileira, que há uma década julga o processo. Depois de tramitar pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a ação encontra-se no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

Os mesmo dez anos em que Flávia está desligada do mundo.


Dica do dia. Todas as segundas, quartas e sextas sugerindo algo.


Em tempo: Visitando este endereço você confere uma reportagem da Rede Record sobre o caso, enquanto neste aqui uma galeria de imagens de Flávia.


Imagem: Prédio do STJ, pelo autor do blog português Adesenhar.

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